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Psicologia do Poker Vol. 68: Teoria do Processo Oposto

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Dr. Tim Lavalli
3 min. de leitura
Poker Shrink

Tudo bem, esta pode ser um pouco mais complicada, mas a Teoria do Processo Oposto tem importantes aplicações quando se está jogando poker. A teoria básica diz que as emoções possuem dois lados distintos, algo como positivo e negativo. Medo e alívio seria um exemplo óbvio.

O estudo foi feito a partir de milhares de exemplos que demonstram que quando uma emoção é observada, a outra é reprimida. Faz sentido você não estar suscetível a se sentir aliviado enquanto foge de um urso faminto.

a) As emoções possuem dois lados distintos, opostos.

b) Quando você sente uma emoção, a outra é suprimida.

Agora pense essas emoções trabalhando nos dois sentidos. Uma vez que o perigo passou e você sente alívio, o medo é então reprimido. Em seguida foi descoberto o cerne da Teoria do Processo Oposto: Quando a primeira emoção é muito forte, a emoção oposta vivida é menos intensa.

Vamos ao bungee jumping. Na primeira vez você está morrendo de medo, mas finalmente você pulou e está tudo ok agora. Mas seus amigos que já saltam a algum tempo não têm mais esse medo todo e suas sensações de alívio são agora maiores pós-salto. A teoria diz que quando mais você se acostumar com a primeira emoção, a segunda e oposta virá em maior intensidade.

É por isso que o uso de drogas sempre leva ao desastre. Você precisa de mais e mais da droga para sentir o mesmo efeito de outrora, e as reações opostas (abstinência, por exemplo) ficam mais fortes. Quanto mais habituado com a droga maior será a reação oposta de abstinência. Ao tempo o efeito da droga fica mais leve, suas reações adversas ficam mais fortes.

Do lado positivo, observa-se que quanto mais você enfrentar os seus medos em situações de ansiedade, maiores efeitos positivos de sucesso serão assistidos aliados a um maior alívio posterior. Ao tempo que você se tornou menos ansioso para falar diante dos seus colegas de trabalho enfrentando seu chefe mal-humorado, mais forte você se tornou, pois os sentimentos opostos de confiança e auto-estima tornaram-se maiores e mais fortes.

Sendo assim, vamos ao poker. Você realmente fica nervoso ao blefar ou ao aplicar um semi-blefe. Pode não ser o mesmo medo comparado ao deparar-se com um urso faminto, mas é medo. Medo de perder dinheiro, medo de jogar o seu torneio fora. Mas a única forma de vencer seria blefando, então assim você o fez. Muito rapidamente, você descobrirá duas coisas acontecendo. A probabilidade de o seu oponente desistir no river é muito grande e você fica ainda mais forte. Em segundo lugar, quando o blefe não passa você sentirá que não é grande coisa comparado ao primeiro blefe que você tentou.

A chave é que você entenda o bom sentimento – aquele que você quer sentir ao fim de uma mão vencedora. A emoção de um blefe passar, por exemplo. Vamos falar um pouco a esse respeito.

Eu disse que a pesquisa mostra claramente que um viciado em drogas cada vez sente menos efeito com a dose habitual e que os sintomas da abstinência são maiores. Agora digo que, jogando no seu limite na mesa, efetuando movimentos mais bruscos, correndo riscos e executando jogadas avançadas, você terá uma grande recompensa emocional positiva a partir de um jogo que você gosta de jogar. Você gosta de jogar poker, certo? Então você naturalmente se divertirá ainda mais se correr riscos e aprender a absorver um movimento que é intimidante para você.

Avaliação do risco/retorno: O jogo fica melhor, você se sente melhor e você ganha mais fichas. A única desvantagem é que você deverá continuar buscando movimentos mais complexos para adicionar ao seu jogo e continuar crescendo, você vai continuar se sentindo melhor e vai ganhar ainda mais fichas. É vencer-vencer-vencer!

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Dr. Tim Lavalli

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