WPF e TDA discutem futuro do poker live em encontro inédito em Taiwan
Menu de Conteúdos
Para a World Poker Federation, construir um ecossistema global unificado de poker começa por ouvir.
E foi exatamente isso que aconteceu no TDA + WPF Poker Summit: Edição Ásia, onde mais de 70 vozes de toda a região se reuniram em Taiwan para um dia inteiro de debates técnicos, discussão de regras e resolução colaborativa de problemas — tudo com foco no futuro do poker ao vivo.
O encontro colaborativo foi organizado pela World Poker Federation (WPF), Tournament Directors Association (TDA) e a Asian Poker Sports Association (APSA). O evento reuniu diretores de torneio, líderes da indústria e especialistas locais de todo o continente, todos com uma missão em comum: profissionalizar o jogo.
Unificar procedimentos é criar uma linguagem comum de justiça, crescimento e desenvolvimento sustentável. À medida que o poker se consolida como um esporte da mente de reconhecimento mundial, alinhar estruturas se torna essencial para oferecer experiências profissionais a jogadores e operadores de todos os níveis.
O evento foi transmitido ao vivo e atingiu mais de 1.300 espectadores simultâneos em todo o mundo — um claro sinal do quanto a comunidade valoriza conhecimento compartilhado, conexão e padrões mais sólidos.
"Um dos nossos objetivos na WPF é construir uma base verdadeiramente global para o poker", disse Leonardo Cavarge, CEO da World Poker Federation. "Uma estrutura que conecte federações, operadores de torneios e profissionais ao redor do mundo. O que aconteceu na Ásia é só o começo."
Um dia conduzido por especialistas de confiança
Quem liderou o encontro foi Ray Chiu, da Hong Kong Poker Players Association, ao lado do fundador da TDA Matt Savage e dos membros do conselho Neil Johnson e Lloyd Fontillas. Nomes como Mylene Advincula, do Metro Card Club, e Nobuyoshi Takizawa, do Japão, trouxeram perspectivas regionais e insights práticos direto dos salões de torneio mais movimentados da Ásia.
As discussões equilibraram prática e teoria — baseadas em situações reais, ancoradas nas realidades locais e voltadas para aproximar padrões globais das dinâmicas regionais.
Mais de 20 temas relevantes debatidos
Entre os destaques estiveram:
Shot Clocks
Apontado como um dos instrumentos mais eficazes para acelerar o jogo e aumentar a clareza, o uso de shot clocks foi amplamente apoiado. O padrão do WPT — 15 segundos pré-flop, 30 segundos pós-flop e timebanks cumulativos — foi bem recebido como referência. Os especialistas destacaram que o recurso reduz ambiguidades, padroniza decisões e melhora a experiência do jogador.
Comportamento Disruptivo e Falas Durante a Mão
O caso de Will Kassouf na WSOP foi usado para iniciar o debate sobre o limite entre entretenimento e manipulação. Embora a personalidade nas mesas seja parte do poker, os participantes concordaram que excessos como fala constante, enrolação e teatralidade abusiva precisam ser controlados cedo. A presença firme da equipe de floors e o uso de shot clocks foram apontados como ferramentas essenciais para manter o ritmo e o ambiente saudável.
Fake All-in
A tática de deixar uma ficha para trás em all-ins gerou controvérsias. Embora tecnicamente não viole regras, muitos consideram que, dependendo do contexto, pode ser um "recurso malicioso". Houve consenso na necessidade de padronizar a interpretação para proteger jogadores e dealers.
Estruturas de Reentrada
Foram levantadas preocupações sobre o uso excessivo de reentradas ilimitadas, especialmente em séries grandes. Apesar da importância da variedade, muitos defenderam um equilíbrio mais saudável com freezeouts e formatos com limite de reentradas, visando preservar a integridade competitiva e a sustentabilidade dos jogadores no longo prazo.
Tecnologia e Uso de Celulares na Mesa
A discussão foi além dos celulares, abordando aplicativos de coaching e assistências em tempo real. A política do WPT de banir celulares nas últimas três mesas foi citada como modelo ideal. O grupo recomendou que mais organizadores adotem protocolos claros e atualizados com o avanço da tecnologia.
Registro Tardio
As regras de entrada também foram discutidas sob o ponto de vista da justiça. A maioria concorda que registrar-se no Dia 2 com poucos blinds pode distorcer a dinâmica do torneio. Embora nenhum corte fixo tenha sido definido, fechar o registro em torno de 20 big blinds foi uma ideia popular, assim como incentivar registros mais cedo sem perder flexibilidade.
Ao todo, mais de 20 questões cruciais foram abordadas com diálogo aberto, experiências compartilhadas e avanços concretos rumo a decisões mais consistentes, melhor fluidez de torneio e uma experiência de jogo mais sólida.
Região em Crescimento
O encontro acontece em um momento estratégico para o poker asiático. De fields recordes a operações mais estruturadas, a região cresce não apenas em escala, mas também em profissionalismo.
“A energia na sala era incrível”, disse Raymond Wong, secretário-geral da APSA. “Dava para sentir a paixão coletiva por um poker mais forte e unificado na Ásia.”
“Esse summit foi só o começo”, completou David Tai, presidente da APSA. “Há uma vontade real de padronização e colaboração nas operações, e a resposta do público mostra que estamos no caminho certo.”





